Carlos Alberto Figueiredo da Silva
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por Carlos Alberto Figueiredo da Silva
A COMPARAÇÃO DA FLEXIBILIDADE ENTRE MULHERES SENESCENTES SEDENTÁRIAS E PRATICANTES DE DIVERSAS ATIV

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A COMPARAÇÃO DA FLEXIBILIDADE ENTRE  MULHERES SENESCENTES SEDENTÁRIAS E PRATICANTES DE DIVERSAS ATIVIDADES FÍSICAS (*)

MARCIO R. BAPTISTA(1,2,3); CARLOS A FIGUEIREDO DA SILVA(1,5); AUDREY S. ALVES(1,2);  ESTÉLIO H. M DANTAS(2,3,4)

(1)   LEEFEL- UNISUAM -  Rio de Janeiro- Brasil

(2)   Laboratório de Biociência da Motricidade Humana (LABIMH) -Universidade Castelo Branco (UCB-RJ) / Brasil 

(3)   GDLAM- Membro do Grupo de Desenvolvimento Latino Americano para a Maturidade-RJ- Brasil

(4)   Bolsista de Produtividade em Pesquisa (1B) do CNPq.

(5)   Universidade Salgado de Oliveira

mailto:mrjyoga@bol.com.br

(*) Pesquisa realizada dentro das normas éticas previstas na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde de 10/10/1996.

RESUMO

A presente pesquisa sobre a flexibilidade em idosas teve como objetivo comparar os níveis desta qualidade física em idosas praticantes de várias atividades físicas e idosas sedentárias. A amostra foi compostas por 75 idosas entre 58 e 70 anos de idade com `C = 64,60 ± 5,1 anos, participantes de hidroginástica, caminhada, yoga e ginástica para terceira idade, assíduas há pelo menos três meses em cada atividade, com freqüência mínima de 3 dias/semana, em academias e praças no município do Rio de Janeiro. Foi aplicado o Teste de sentar e alcançar de Rikli & Jones (1999), adaptado por Matsudo (2000).  Os resultados apresentados foram satisfatórios, ou seja, todos os escores obtidos ficaram acima da média do teste de Sentar e Alcançar; dentre as atividades, o Yoga foi a que apresentou o melhor índice, já a caminhada apresentou o menor índice de flexibilidade, porém, se manteve acima da média de referência. Isto demonstra que as atividades físicas sistematizadas, que englobam técnicas de treinamento físico, são mais eficazes no ganho e na manutenção da flexibilidade.

Palavras - Chave: Flexibilidade, Idoso, atividade física.

THE COMPARISON OF FLEXIBILITY AMONG SEDENTARY OLD WOMEN AND SPORT PRACTICING ONES

 

ABSTRACT

     The present researches about the flexibility in seniors women had as objective to compare the levels of this physical quality in senior women apprentices of several sedentary physical and senior activities. The sample was composed for 75 senior between 58 and 70 years of age with = 64,60 ± 5,1 years, water aerobics participants, walk, yoga and gymnastics for third age, assiduous there is at least three months in each activity, frequently minimum of 3 days by week, in academies and squares in the municipal district of Rio de Janeiro. The Test was applied of to sit down and to reach of Rikli & Jones (1999), adapted by Matsudo (2000). The presented results was satisfactory, that is to say, everybody the obtained scores were above the average of the test of to Sit down and to Reach; into activities, Yoga was to that presented the best index, the walk already presented the smallest index of flexibility even so stayed above the reference average. This demonstrates that the systematized physical activities, that they include techniques of physical training, they are more effective in the gain and in the maintenance of the flexibility. 

Words - Key: Flexibility, Elderly, physical activity.

 

LA COMPARAISON DE LA FLEXIBILITÉ ENTRE LES FEMMES SÉDENTAIRES ET PRATIQUANTES SENESCENTES DES ACTIVITÉS PHYSIQUES DIVERSES

 

RÉSUMÉ

   

Les recherches présentes au sujet de la flexibilité dans femmes des aînés eues comme objectif pour comparer les niveaux de cette qualité physique dans apprentis des femmes aînés de plusieurs activités physiques et aînées sédentaires. L'échantillon a été composé pour 75 aîné entre 58 et 70 années d'âge avec = 64,60 ± 5,1 années, participants de l'aérobique de l'eau, promenade, yoga et gymnastique pour troisièmement âge, assidu il y a au moins trois mois dans chaque activité, fréquemment minimum de 3 jours par semaine, dans les académies et les carrés dans le district municipal de Rio de Janeiro. L'Épreuve a été appliquée de s'asseoir et atteindre de Rikli & Jones (1999), a adapté par Matsudo (2000). Les résultats présentés étaient satisfaisants, c'est-à-dire, tout le monde que les un grand nombre obtenus étaient au-dessus de la moyenne de l'épreuve de S'asseoir et Atteindre; dans activités, le Yoga était à cela a présenté le meilleur index, la promenade a déjà présenté même le plus petit index de flexibilité donc est resté au-dessus de la moyenne de la référence. Cela démontre que les activités physiques réduites en système, qu'ils incluent techniques d'éducation physique, ils sont plus efficaces dans le gain et dans l'entretien de la flexibilité.   

    

Les mots - Clef: Flexibilité, activité Aînée, physique.

LA COMPARACIÓN DE LA FLEXIBILIDAD ENTRE LAS MUJERES SEDENTARIAS Y PRACTICANTES SENESCENTES DE ACTIVIDADES FÍSICAS DIVERSAS

 

RESUMEN

     

Las investigaciones presentes sobre la flexibilidad en mujeres de las personas mayor tenidas como objetivo para comparar los niveles de esta calidad física en mayores aprendices de las mujeres de varias actividades físicas y mayores sedentarias. La muestra estaba compuesta para 75 mayor entre 58 y 70 años de edad con = 64,60 ± 5,1 años, participantes de aerobic de agua, paseo, yoga y gimnasias para tercera edad, asiduo hay tres meses por lo menos en cada actividad, frecuentemente el mínimo de 3 días por semana, en las academias y cuadrados en el distrito municipal de Río de Janeiro. La Prueba se aplicó de sentarse y alcanzar de Rikli & Jones (1999), adaptado por Matsudo (2000). Los resultados presentados eran satisfactorios, que es decir, todos las cuentas obtenidas eran anteriores el promedio de la prueba de Sentarse y Alcanzar; en las actividades, el Yoga era a eso presentó el índice mejor, el paseo ya presentó aun así el índice más pequeño de flexibilidad se quedado sobre el promedio de la referencia. Esto demuestra que las actividades físicas sistematizadas, que ellos incluyen técnicas de entrenamiento físico, ellos son más eficaces en la ganancia y en el mantenimiento de la flexibilidad.     

     

Palabras - Clave: Flexibilidad, Mayor, física actividad.

INTRODUÇÃO

 O envelhecimento, processo natural da vida, não é simplesmente o "passar do tempo", mas sim as manifestações apresentadas dos processos biológicos que ocorrem ao longo da vida.

Tem sido definido como uma perda progressiva das capacidades fisiológicas, culminando fatalmente com a morte (ROBERGS & ROBERTS, 2002).

Como a expectativa de vida atual é de aproximadamente 71 anos para os homens, e 78 para as mulheres (op cit.), torna-se evidente para a sociedade, a preocupação da saúde e do bem estar dos idosos.

A flexibilidade está intimamente relacionada com a mobilidade articular e a elasticidade muscular, e, portanto, com a autonomia do idoso e sua qualidade de vida, pois a sua estimulação é fundamental para a saúde do ser humano de uma forma geral, principalmente sobre o aspecto da motricidade humana.

Conforme Hollman & Hettinger apud (DANTAS, 1999, p. 57), é a "qualidade física responsável pela execução voluntária de um movimento de amplitude angular máxima, por uma articulação ou conjunto de articulações, dentro dos limites morfológicos, sem o risco de provocar lesão".

Para Achour Junior (1999), o objetivo não é atingir os componentes plásticos para aumentar a flexibilidade, mas sim os elementos elásticos, o que demonstra plena coerência com os apontamentos de Dantas (1999), que diz dever-se a perda desta qualidade física durante o processo de envelhecimento, deve-se mais à diminuição da elasticidade muscular do que à mobilidade articular.

O tecido conjuntivo torna-se mais rígido e as articulações menos móveis. Há a formação de ligações cruzadas entre fibrilas de colágeno adjacente, reduzindo a elasticidade e favorecendo a lesão mecânica do tecido afetado. Os vasos sangüíneos tornam-se, progressivamente afetados pela aterosclerose e arteriosclerose, diminuindo desta maneira, o suprimento de oxigênio a todos os órgãos do corpo. A massa óssea diminui aproximadamente em 10% do pico de massa óssea até os 65 anos, e cerca de 20% em torno dos 80 anos (ROBERGS & ROBERTS, 2002, ACHOUR JÚNIOR, 1999, NIEMAN, 1999), descrições corroboradas por Dantas et al. 2002.

Com o processo de envelhecimento, a redução da flexibilidade vai aumentando progressivamente, e isto é inevitável. Ao alcance de todos está o treinamento físico, com o objetivo de atenuar esta perda de forma acentuada, pois os indivíduos que realizaram atividades físicas adequadas quando jovens ou ainda praticam exercícios com regularidade, conseguem retardar este acontecimento (ACSM, 2003).

Pesquisas realizadas por Baptista (2004); Alves et al. (2004a); Pernambuco (2004) e Vale (2004), corroboram a importância do treinamento de flexibilidade e das práticas alternativas, como o yoga e shiatsu, na promoção da flexibilidade e autonomia funcional em mulheres senescentes.

Prevenir a redução da autonomia funcional é um dos objetivos comum dos profissionais que atuam nesta área, pois tornar o idoso mais independente nas suas tarefas diárias é a meta de fundamental relevância para a sociedade, que pode ter como influência, o treinamento da flexibilidade.

OBJETIVO

 O objetivo deste estudo foi comparar os níveis de flexibilidade de vários grupos de mulheres idosas, aparentemente saudáveis, participantes de variadas atividades físicas e alternativas com um grupo de idosas sedentárias, no Estado do Rio de Janeiro.

 

METODOLOGIA

 Características da Amostra

A amostra pesquisada se encontra na faixa etária de 58 a 70 anos de idade, do sexo feminino, com pessoas fisicamente independentes, residentes no município do Rio de Janeiro. Deste grupo, foi selecionado, randomicamente, e com participação consentida, 75 sujeitos com média de idade `C = 64,60 ± 5,1 anos para integrar o grupo amostral da pesquisa. Foi dividido em cinco grupos, compostos por 15 idosas cada. Os grupos dividiram-se em: praticantes de hidroginástica, caminhada, yoga, ginástica para terceira idade e sedentárias. 

Procedimentos

Foi aplicado o teste de Sentar e Alcançar de avaliação da flexibilidade descrito por Matsudo (2000), pelo protocolo adaptado do Teste de Sentar e Alcançar na cadeira proposto por Rikli & Jones (1999). Foram feitos o teste em 75 idosas participantes de programas de hidroginástica, caminhada, yoga e ginástica para terceira idade, praticantes há pelo menos 3 meses, e, um grupo composto por 15  idosas sedentárias, aparentemente saudáveis, pertinentes ao grupo social da Igreja Matriz de São Geraldo.

O tratamento estatístico, utilizado para a análise dos resultados, foi de forma descritiva, com média e desvio padrão.

Instrumentos

Como instrumentos de avaliação dos testes para este estudo, foram adotados um banco de madeira de 48 cm, com uma fita métrica de 55 centímetros fixada, iniciando em "zero" na parte mais próxima do avaliado e um colchonete. Para o tratamento estatístico, foi utilizado o programa SPSS 10.0 for Windows.

 

RESULTADOS

Os resultados da presente pesquisa são apresentados em cinco grupos distintos, pertinentes a hidroginástica, caminhada, ginástica para terceira idade, yoga e sedentárias. A comparação dos níveis de flexibilidade foi realizada com os padrões de referência de Matsudo (2000), que de acordo com a faixa etária da presente pesquisa, o índice médio para idosas sedentárias é de 28,10 ± 8,40. 

            Resultados:

N=75

HIDRO

(n=15)

CAMINHADA

(n=15)

GINÁSTICA

(n=15)

YOGA

(n=15)

SEDENTÁRIAS

(n=15)

X

33.51

31,67

32,94

34,69

27,15

s

4.12

5,20

5,87

4,02

6,34

Idade: `C = 64,60 ± 5,1 anos.

DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
  De acordo com os resultados, observou-se que todas as práticas físicas e alternativas foram promotoras da flexibilidade, quando comparadas com o grupo de sedentárias. Verificando os índices encontrados, nota-se que todos estão acima do índice médio de Matsudo (2002), a atividade de caminhada demonstrou índices inferiores à hidroginástica e a ginástica, que pode ser explicado pela metodologia e composição de aulas, onde as mesmas visam o treino de várias qualidades físicas, já o Yoga, obteu o maior índice, pois sua prática enfatiza o treino da flexibilidade, que é influenciado pela concentração e pelo fluxo energético proveniente dos exercícios respiratórios (pránáyámas), Baptista & Dantas (2002) e Alves et al. (2004b) corroboram tal afirmação.
Um programa de treinamento que vise a desenvolver a qualidade física citada neste estudo, certamente contribui na esperança de uma vida melhor, com mais qualidade, pois a autonomia funcional e a auto-estima são restabelecidas pela melhora da flexibilidade, que é corroborad por Vale (2004).
Frontera (2002), caracteriza a importância e os benefícios do treinamento de flexibilidade em idosos, o que pode ser notado em nossos resultados. Sendo assim, concluímos que o sedentarismo é um fator nefasto na vida humana. Já, os indivíduos praticantes, assiduamente, do exercício de caminhada, apresentaram índices também acima da média de referência, adquirindo então, benefícios promotores da flexibilidade, que refletiram em sua motricidade, fatos que também podem ser verificado nos estudos de Bendall et al. (1989).
Considerando a proposta desta pesquisa, podemos ressaltar a importância de uma vida ativa para a população idosa, mesmo que não freqüentem projetos de atividades físicas gratuitos ou que não tenham condições financeiras para freqüentarem academias e/ou centros de atividades físicas e alternativas, os idosos devem ser conscientizados, por todos os profissionais da saúde, a importância de manterem-se ativos, pelo simples exercício mais natural, que é a caminhada.
  
REFERÊNCIAS
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ALVES, Audrey; GOMES, Marcos; CAVALCANTE, Higor, CANHETE, Leandro; BAPTISTA, Marcio R.; DANTAS, Estélio H. M.: As Técnicas Respiratórias do Yoga na Testagem da Flexibilidade. In: 19º CONGRESSO INTERNACIONAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA-FIEP, Foz do Iguaçu, 2004b. Fiep Boulletin. V. 74. p. 36.
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BENDALL, M. J.; BASSEY, E. J.; PEARSON, M. B.  Factors affecting walking speed of elderly people. Age and Aging. v.18,n. 5, p. 327-332, 1989.
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DANTAS, Estélio H.M.; PEREIRA, Sissi  A M.; ARAGÃO, Jani C. e OTA, Adriana H.: Perda da Flexibilidade no Idoso. Fitness & Performance Journal. Rio de Janeiro, V. 01, n 03, p.12-20, 2002.
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NIEMAN, D. C. Exercício e saúde. 1ª edição. São Paulo: Manole, 1999.
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ROBERGS, R. A. & ROBERTS, S. O. Princípios fundamentais de fisiologia do exercício para a aptidão, desempenho e saúde. 1ª edição. São Paulo: Phorte editora, 2002.
VALE, Rodrigo G. S. : Efeitos do Treinamento de Força e de Flexibilidade sobre a Autonomia e Qualidade de Vida de Mulheres Senescentes. Dissertação (Mestrado em Ciência da Motricidade Humana) - Universidade Castelo Branco - UCB - Rio de Janeiro.